Estamos nos aproximando do mais tradicional festejo do nordeste, o precioso São João. Sem sombra de dúvidas, é a festa que mais tem a ver com o nosso povo e com certeza, todo mundo tem sempre uma boa lembrança pra recordar nesse período. Isso explica o acelerar no peito de ansiedade.
Quem nunca pulou uma fogueira, ou nunca estourou uma bombinha acesa... Quem não comeu canjica e pamonha, milho assado na brasa não pode dizer que conhece o nordeste. Quem nunca experimentou da nossa felicidade não conhece a alegria da nossa gente que esquenta o frio de junho com uma simples fogueira acesa no terreiro, ou dançando um forrozinho ao som da sanfona, zabumba e triângulo.
O que acontece no São João é como mesmo diz Santana, uma grande “Saudade de mim”:
Saudade que eu tenho de mim
Eu levantava com o sol
A baladeira no pescoço
Bolacha e água no gordar
Eu levantava com o sol
A baladeira no pescoço
Bolacha e água no gordar
Saía pelo mundo afora
Sozinho livre a campear
Cantarolando sem ter hora
Sem pressa e sem querer voltar
Santana
O São João é especial para todo mundo, seja criança, com tantas brincadeiras pra fazer em uma só noite, seja para os jovens, quando ainda estão aprendendo a dançar com medo de chamar a moça ou sonhando casar com o primeiro amor pulando fogueira de mãos dadas, seja para as nossas mães que preparam as mais deliciosas comidas típicas ou nossos avós que nos contam tantas histórias enchendo nossa imaginação. O São João nos faz sentir nós mesmos.
Nessa época tudo remete à natureza, ao campo, a vida simples do matingueiro, a beleza de ser criança. O São João nos remete a um mundo mágico onde o paraíso é o próprio lugar da gente, onde tudo é partilhado e o mais importante está enraizado dentro em nós, o orgulho de ter nascido e crescido aqui e assim.
Falava com as laranjeiras
Ouvia a voz dos animais
Abria e fechava porteira
Sem pressa e sem olhar pra trás
Ouvia a voz dos animais
Abria e fechava porteira
Sem pressa e sem olhar pra trás
Banho de rio cachoeira
No engenho puxando alfinim
Correndo pela bagaceira
Que saudade que eu tenho de mim
Santana
Por fim fico me perguntando... “Se nós que estamos aqui sentimos tanta saudade de nós, imagino quem está distante, pelo mundo, como a ‘Asa Branca’ de Luiz, que bateu asas do sertão?”
Esse vídeo do grande sanfoneiro Rennan Mendes, é em homenagem àqueles que estão distantes daqui e que sente saudade de si mesmos.
O vídeo é emocionante!
Todo ano esta lembrança me atormenta
ResponderExcluirQuando chega o período Junino
Lembro-me do tempo de menino
Que brincava numa cidade cinzenta
Eu ficava feito uma pimenta
Ardendo o fogo da ilusão
Me iludia pelas mulheres do sertão
E eu não tinha nem tanta idade
Hoje a fogueira da SAUDADE
É que queima o meu coração.
Chico Dudu
Sim, gostei do texto!!
ResponderExcluirSaudações e Abraços apimentados, do Jovem Chico Dudu